É meu

Cala-te é meu!

Não vou partilhar mas nao sou egoísta
E hoje muito menos altruísta
É meu, ponto final. parágrafo
Não te posso dizer nada
Terás que ler na palma da minha mão.
Este misto de sensações cruas, nuas, puras...duras

É meu, só meu...e cala-te!

Não me peças nada
Não te arrependas de nada
Não me faças chorar por nada, já me esvaí em lágrimas e inundei os teus olhos de dor
Deixa-me mentir-me, crer no efémero e no eterno como um adágio longo e impreciso ribombando nos teus ouvidos.
É tudo meu, meu, meu! Porque insistes? Porque te preocupas comigo?

Hoje quero ser um Van Gogh rebelde e esquizofrénico, cortar uma orelha e esperar.
Esperar para ver, porque nada atenua esta dor...
Esta tão lancinante
Provocante.
Provavelmente este corte à flor da pele me desperte para a realidade como uma bofetada frenética.

Vês, já tenho a solução...pára de me chatear! pára de questionar! deixa-te de merdas... deixa-me aqui a morrer...Vá vai-te embora para o hemisfério norte...

É meu! meu! meu!

Sim hoje sou possessiva, megalómana, hoje sou má.
Má por fora enquanto me parto em mil pedacinhos diferentes como um “pirex” inutilizado.
Vá, vai te embora...é tudo meu...não te envolvas porque quando deres por ti
Pertences ao furacão

Que é meu.

Só meu!


-Musa-